terça-feira, 1 de outubro de 2013

No mês de outubro a pegada é de um puma (Puma concolor)


Pegada de P. concolor - Parque Estadual de Itapuã (Viamão/RS)
Mariana Faria-Corrêa, 2003
 

O puma (Puma concolor) é o felídeo de maior distribuição no continente americano, ocorrendo do Canadá até a Patagônia e desde o nível do mar até 5.000 metros de altitude (OLIVEIRA & CASSARO 2005). Está presente em todos os biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos) e possui adaptação a diversos tipos de ambientes e climas (CÂMARA & MURTA 2003; MIRANDA 2003; OLIVEIRA & CASSARO 2005).

O puma é a segunda maior espécie de felídeo no Brasil, com comprimento total variando de 155,4 a 169,9 cm e peso de 22,0 a 70,0 kg. Quando adulto, possui pelagem uniforme em tons de bege que variam entre o areia, palha, cinza e vermelho, sem malhas. Já os filhotes possuem manchas pardas ou cinzentas sobre o fundo bege, que desaparecem até o primeiro ano de vida (INDRUSIAK & EIZIRIK 2003).

Possui hábitos solitários e terrestres, com atividade predominantemente noturna. Em geral, a dieta apresenta grande plasticidade, incluindo desde aves e répteis, até tatus, lebres, pacas e pequenos roedores (EMMONS 1990, OLIVEIRA 1994). Suas presas tendem a ser menores e mais variadas em áreas tropicais (IRIARTE et al. 1990). Quando não consome a carcaça toda de uma vez, cobre-a com folhas e terra, retornando repetidas vezes ao local para alimentar-se (IHERING 1911).

A caça e a alteração de seus habitats, com consequente redução de disponibilidade de presas, são as principais ameaças à sobrevivência do puma (INDRUSIAK & EIZIRIK 2003). A espécie está na lista de ameaçados do Rio Grande do Sul, na categoria “em perigo” (INDRUSIAK & EIZIRIK 2003); criticamente em perigo nos estados de Minas Gerais (MACHADO et al. 1998) e Espírito Santo (ESPÍRITO SANTO 2005), vulnerável no Paraná (MARGARIDO & BRAGA 2004), em São Paulo (SÃO PAULO 1998), Rio de Janeiro (BERGALO et al. 2000) e na lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (MACHADO et al. 2005).


Tem alguma foto legal de um puma? Manda pra gente que publicamos no blog!


Referências:

BERGALO, H. G.; ROCHA, C. F. D.; ALVES, M. A. S.; VAN SLUYS, M. 2000. Afauna ameaçada de extinção do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: EdUERJ, 166 p. 

CÂMARA, T. & MURTA, R. 2003. Mamíferos da Serra do Cipó. Belo Horizonte: Editora PUC Minas/Museu de Ciências Naturais, 129 p. 

EMMONS, L. H. 1990. Neotropical rainforest mammals: a field guide. 2nd ed. The University of Chicago Press. Chicago & London. 

ESPÍRITO SANTO. 2005. Diário Oficial – Vitória, 16 de junho de 2005. 

IHERING H. 1911. Os mamíferos do Brazil meridional. I Contribuição: Carnivora. I Felidae; II Canidae; III Procyonidae; IV Canidae. Revista do Museu Paulista 8: 147-272. 

INDRUSIAK, C.; EIZIRIK, E. 2003. Carnívoros, In: Fontana, C.S.; Bencke, G. A.; Reis, R.E. Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003, p. 507 - 533. 

IRIARTE J.A., W.L. FRANKLIN, W.E. JOHNSON & K.H. REDFORD. 1990. Biogeographic variation of food habits and body size of the America puma. Oecologia 85: 185-190. 

MACHADO, A. B. M.; FONSECA, G. A. B.; MACHADO, R. B.; AGUIAR, L. M.; LINS, L. V. 1998. Livro vermelho das espécies ameaçadas de extinção da fauna de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 608 p. 

MACHADO, A. B. M.; MARTINS, C. S.; DRUMMOND, G. M. 2005. Lista da fauna brasileira ameaçada de extinção: incluindo as espécies quase ameaçadas e deficientes em dados. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 158 p. 

MARGARIDO, T. C. M. & BRAGA, F. G. 2004. Mamíferos. In: MIKICH, S. B.; BÉRNILS, R.S. (Eds.). Livro vermelho da fauna ameaçada no Estado do Paraná. Curitiba: Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Instituto Ambiental do Paraná, 763 p. 

MIRANDA, E. E. 2003. Natureza, conservação e cultura: ensaios sobre a relação do homem com a natureza no Brasil. São Paulo: Metalivros, 180 p. 

OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. 2005. Guia de campo dos felinos do Brasil. instituto Pró-carnívoros, Sociedade de Zoológicos do Brasil, Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 80 p. 

OLIVEIRA, T. G. DE. 1994. Neotropical cats: ecology and conservation. EDUFMA, São Luís, Brazil. 

SÃO PAULO. 1998. Fauna ameaçada no Estado de São Paulo. Secretaria do Meio Ambiente: Governo do Estado de São Paulo, 56 p.

Pegadas adaptadas com base em: 

Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p. 

Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração. 

Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p. 


Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2012.