quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Retomado monitoramento de peixes no Ijuí

Correio do Povo - ANO 115 Nº 133

PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 10 DE FEVEREIRO DE 2010

Foram retomadas as atividades de captura, marcação e soltura de peixes migradores na bacia hidrográfica do rio Ijuí, na Região das Missões. O trabalho é realizado pela Simbiota Consultoria Ambiental, empresa responsável pela implantação do Programa de Monitoramento da Fauna Íctica nos municípios atingidos pela construção das usinas Passo São João e São José.

A obra da primeira abrange Roque Gonzales, São Luiz Gonzaga, São Pedro do Butiá, Rolador e Dezesseis de Novembro. Já a construção da usina São José atinge Cerro Largo, Salvador das Missões e Mato Queimado. As marcações visam acompanhar o deslocamento dos animais migradores ao longo de um trecho de 381 quilômetros do rio Ijuí e, depois, vão subsidiar a definição da necessidade ou não de instalação de um Mecanismo de Transposição de Peixes. Conforme a engenheira química da Eletrosul e coordenadora do programa de monitoramento, Maristela Boaventura Mendes, na piracema de 2008/2009, foram marcados 17 pintados, 16 grumatãs, seis dourados, um piava e um voga. Na época atual da piracema, serão monitorados mais 40 animais e, após o barramento do rio Ijuí, outros 20.Para reforçar o apoio da comunidade ao estudo dos peixes migradores, a coordenadora do programa e a bióloga Franciely Benetti de Almeida realizam palestras em nove dos 18 municípios localizados na área do estudo. A Ijuí Energia, empresa participante do consórcio formado para a implantação do programa de monitoramento, é responsável pelas atividades de esclarecimento nas outras cidades.As palestras estão sendo realizadas nas prefeituras, secretarias de Agricultura e Meio Ambiente, Emater e colônias de pescadores. Nessas ocasiões, é enfatizada a importância da preservação das espécies e a colaboração das pessoas para devolverem os sensores instalados nos peixes, a fim de que não se percam os dados registrados. A identificação dos animais marcados ocorre por meio de uma antena, que é um fio de nylon, implantada na barriga do peixe. Para a colocação dos sensores e antenas, é realizado um processo cirúrgico, dentro das normas vigentes e com a devida autorização do Ibama.Nas palestras, é enfatizado também que os sensores podem ser devolvidos pelos pescadores nas secretarias de Agricultura ou na Emater e que não há necessidade de identificação do responsável pela captura. Os sensores resgatados são reaproveitados em outros peixes.


Notícia original: CORREIO DO POVO