segunda-feira, 2 de setembro de 2013

No mês de setembro a pegada é de uma capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)




A capivara é a maior espécie de roedor atualmente vivo (Emmons, 1990), pertence à família Caviidae, podendo medir 1,30 m de comprimento e 0,50 a 0,60 m de altura. Pode pesar até 100 kg, porém seu peso médio é de 50 kg para as fêmeas e 60 kg para os machos (Deutsch & Puglia, 1988). A capivara ocorre na América Central e América do Sul, do Panamá ao Nordeste da Argentina (Emmons, 1990).

O nome genérico Hydrochoerus significa porco d’água (Mendes, 1986). A designação vulgar “capivara” é de origem tupi-guarani: caapi, capim, e uaára, comer, o que significa comedor de capim (Carvalho, 1969; Mendes, 1986).


A espécie tem hábito semiaquático e se alimenta principalmente de gramíneas e de vegetação aquática. Habitam os mais variados tipos de ambientes, desde matas ciliares a savanas sazonalmente inundáveis, a até 500 metros de distância da água (Oliveira & Bonvicino, 2006). Podem estar ativos em todos horários, sendo mais comum a atividade durante o crepúsculo. Graças à espessa camada de gordura a capivara é capaz de permanecer muitas horas dentro da água, mesmo em dias muito frios.

De acordo com Alho et al. (1987) as capivaras são animais sociais, vivendo em grupos. Os grupos de capivaras são territoriais, e o tamanho do território está correlacionado com o tamanho do grupo (Herrera & MacDonald, 1989). Através de interações agressivas entre os machos de capivaras é estabelecida a estrutura social, formada por um macho dominante, várias fêmeas, jovens e subadultos (Alho & Rondon, 1987).


Tem alguma foto legal de uma capivara? Manda pra gente que publicamos no blog!


Referências:

ALHO, C.J.R. et al. Ecologia de capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris, Rodentia) do Pantanal: I, hábitats, densidades e tamanho de grupo. Revista Brasileira de Biologia, v.47, 1987.

ALHO, C.J.R.; RONDON, N.L. Habitats, population densities, and social structure of Capybaras (Hydrochaeris hydrochaeris, Rodentia) in the Pantanal, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, v.4, 1987.

CARVALHO, C. T. Dicionário dos mamíferos do Brasil. São Paulo: Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 1969.

DEUTSCH, L. A; PUGLIA, L. R. Os animais silvestres: proteção, doenças e manejo. Rio de Janeiro: Globo, 1988.

EMMONS, L. H. Neotropical Rainforest Mammals - a field guide. Chicago: Chicago Press, 1990.

HERRERA, E.; MACDONALD, D. W. Resource utilization and territoriality in group-living capybaras (Hydrochoerus hydrochaeris). Journal of Animal Ecology, London, v. 58, 1989.

MENDES, B. V. Criação de animais nativos no semi-árido do nordeste brasileiro. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 11., 1986, Olinda. Anais... Olinda: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 1986.

OLIVEIRA J.A.; BONVICINO C.R. Ordem Rodentia. In: Reis, N. R.; Perachi, A. L.; Pedro, W. A.; Lima, I. P. (eds.). Mamíferos do Brasil. Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina. p. 351-411. 2006.


Pegadas adaptadas com base em: 



Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p. 

Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração. 

Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p. 


Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2012.