segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

No mês de dezembro a pegada é de uma lontra (Lontra longicaudis)

Foto: Cristiano Silveira
A lontra (Lontra longicaudis) é um carnívoro pertencente à família Mustelidae, apresenta hábitos semiaquáticos e possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo no México, América Central e América do Sul, até o norte da Argentina (Cheida et al., 2006). No Brasil, em função de apresentar adaptações morfológicas, fisiológicas e comportamentais para vida em hábitats aquáticos, não ocorre nas porções mais áridas da região nordeste (Fonseca et al., 1994). 

Esta espécie possui corpo alongado (até 1,20m) e seu peso varia de 5 a 14 quilos, tem pelos curtos e densos, coloração marrom escura e mais clara na garganta. Os membros locomotores com membranas interdigitais e cauda achatada na extremidade confere a lontra uma ampla adaptabilidade à vida semiaquática. 

De hábitos noturnos e diurnos, pode viver solitária ou em pares (Silva, 1994; Emmons, 1990) e marca seu território depositando fezes e muco das glândulas anais em rochas, troncos e barrancos. Abriga-se em tocas cavadas às margens de rios, por vezes formando galerias no seu interior. Alimenta-se principalmente de peixes, crustáceos e moluscos e, ocasionalmente, aves, pequenos mamíferos, anfíbios e insetos (Reis et al., 2006; Kasper et al., 2001).

Consegue nadar por grandes distâncias sem descansar em terra (Nakano-Oliveira et al., 2004). Se reproduz durante a primavera, com o período de gestação durando dois meses, podendo nascer até cinco filhotes (Silva, 1994; Eisemberg & Redford, 1999; Margarido & Braga, 2004).

Segundo a Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, é uma espécie quase ameaçada, tendo como principal causa desse status a redução das matas ciliares e a contaminação e uso de cursos d’água para mineração, navegação, esportes náuticos sem controle e construção de barragens para hidrelétricas. No passado a caça intensiva da espécie provocou reduções drásticas de sua população e levou à sua extinção em algumas regiões do país (Reis et al., 2006).

No Rio Grande do Sul a lontra é classificada como vulnerável, suas principais ameaças são a poluição das águas, a destruição da vegetação ripária e a alta densidade populacional humana. Entre as ações recomendadas para a preservação da espécie são: garantir a conservação das matas ciliares, recuperar as matas ribeirinhas, adotar medidas de proteção de cursos d’água (Indrusiak & Eizirik, 2003).
 
 
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Referências:

Cheida, C. C.; Nakano-Oliveira, E.; Fusco-Costa, R.; Rocha-Mendes, F.; Quadros, J. Ordem Carnívora. In: Reis, N. R.; Perachi, A. L.; Pedro, W. A.; Lima, I. P. (eds.). Mamíferos do Brasil. Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina. p. 257-258. 2006.

Eisemberg, J. F.; Redford, K. H. Mammals of the neotropics: the central neotropics (Ecuador, Peru, Bolivia, Brazil). V. 3. Chicago and London: The University of Chicago Press, 1999, 609 p.

Emmons, L. H. Neotropical rainforest mammals: a field guide. The University of Chicago Press. Chicago and London. 1990. 281 p. 

Fonseca, T. C.; Almeida, J. E.; and Okamoto, F. 1994. Le programme d'amelioration du mûrier dans L'état de São Paulo au Bresil. Sericologia, La Mulatiére, 34(4):727-733.

Indrusiak, C. & Eizirik, E. 2003. Carnívoros. In: Fontana, C.S.; Bencke, G. A.; Reis, R.E. Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003, p. 507 - 534.

Kasper, C.B.; Grillo, H. C. Z.; Feldens, M. J. 2001. Dados Prelimitares Sobre A Dieta de Lontra Longicaudis (carnívora: mustelidae) no Arroio Forquetinha, Lajeado, RS. In: I Congresso Brasileiro de Mastozoologia, Porto Alegre.

Margarido, T. C.; Braga, F. G. Mamíferos p. 25-142. In: Mikich, S. B.; Bérnils, R. S. (Eds.). Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná. Curitiba: Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Instituto Ambiental do Paraná, 2004, 763 p.

Nakano-Oliveira, E. Fusco, R., Santos, E.A.V., Monteiro Filho, E.L.A.2004. New infomation about the behavior of Lontra longicaudis (CARNIVORA: MUSTELIDAE) by radio-relemetry. IUCN Otter Spec. Group Bull. 21(1).

Reis, N. R.; Perachi, A. L.; Pedro, W. A.; Lima, I. P. (eds.). Mamíferos do Brasil. Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina. 2006.

Silva, F. Mamíferos silvestres do Rio Grande do Sul. Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 1994. 246 p.

Pegadas adaptadas com base em:

Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p.

Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração.

Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p.

http://inorganico.blogspot.com.br/2012/04/guias-de-pegadas-de-mamiferos.html

Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2012.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

No mês de novembro a pegada é de uma paca (Cuniculus paca)

Foto: Adilson Schneider (Venâncio Aires, RS | 2013)
 
A paca (Cuniculus paca) é um roedor pertencente à família Cuniculidae, e se encontra, segundo a União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), em processo de extinção local. É uma espécie noturna e distribui-se do sul do México ao norte da Argentina. A espécie ocorre em uma ampla gama de tipos de florestas perto de rios e lagos, onde constrói sua própria toca, ou ocupa a de outro animal (IUCN, 2013).

É uma espécie de tamanho grande e corpo pesado e robusto, a cabeça grande e larga e os membros relativamente fortes. Os dígitos são alongados, quatro nas patas anteriores e cinco nas posteriores, os três centrais providos de garras robustas e fortes e os dois marginais reduzidos, não tocando o solo. A cauda é quase imperceptível e a pelagem do dorso e cabeça varia entre o castanho-avermelhado e o castanho escuro, ou cinza-escuro, clareando em direção as laterais que apresentam um padrão de manchas arredondadas esbranquiçadas em linhas longitudinais (Reis et al, 2000)

São animais solitários, apesar de ocasionalmente viverem aos pares (Smythe, 1970; Eisemberg et al., 1979). Geralmente parem um filhote duas vezes por ano (Matamoros & Pashov, 1984). Forrageia ao entardecer e no crepúsculo se deslocando por trilhas fixas e próprias de cada indivíduo, que os levam diretamente aos locais de alimentação (Perez, 1992).

A paca é considerada generalista quanto à dieta e alimenta-se principalmente de frutos disponíveis no decorrer das estações (Perez, 1992; Beck-King et al., 1999). Os dentes frontais das pacas crescem permanentemente e o animal os desgasta roendo madeira ou objetos duros (Perez-Torres, 1996). As pacas são consideradas dispersoras de sementes pequenas (Beck-King et al., 1999; Janini, 2000).
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Referências:
Beck-King, H.; Helversen, O.; Beck-King, R. 1999. Home range, population density, and food resources of Agouti paca (Rodentia: Agoutidae) in Costa Rica: A study using alternative methods. Biotropica, 31: 675-685.
Eisemberg, J.F.; Redford, K.H. Mammals of the metropics, the central neotropics: Ecuador, Peru, Bolivia, Brasil. Chicago: University of Chicago Press, 1999. 609 p. v. 3.
IUCN, 2013 Disponível em: http://www.iucnredlist.org/details/699/0
Jannini, A. E. 2000. Dieta e densidade populacional de Agouti paca (Rodentia, Agoutidae) em Floresta Semidecídua do leste do Brasil. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, Brasil, 110pp.
Matamoros, Y.; Pashov, B.. Ciclo estral del tepezcuintle (Cuniculus paca, Brisson), em cautiverio. Brenesia. V.22, San José: 1984, p. 249-260.
Oliveira J.A.; Bonvicino C.R. Ordem Rodentia. In: Reis, N. R.; Perachi, A. L.; Pedro, W. A.; Lima, I. P. (eds.). Mamíferos do Brasil. Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina. p. 382. 2006.
Perez, E.M. 1992. Agouti paca. Mammalian Species 404: 1-7
Smythe, N. The natural history of the Central American agouti (Dasyprocta punctata). Smithsonian Contributions in Zoology. V. 257, Washington: 1978, p.1-52.
Zucaratto R., R. Carrara, B. and K. Siquiera-Franco. 2010. Dieta da Paca (Cuniculus paca) usando métodos indirectos en un área agrícola de la Selva Atlántica Brasieña. Biotemas 23:235-239.
Pegadas adaptadas com base em:
Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p.
Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração.
Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p.
Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2012.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

No mês de outubro a pegada é de um puma (Puma concolor)


Pegada de P. concolor - Parque Estadual de Itapuã (Viamão/RS)
Mariana Faria-Corrêa, 2003
 

O puma (Puma concolor) é o felídeo de maior distribuição no continente americano, ocorrendo do Canadá até a Patagônia e desde o nível do mar até 5.000 metros de altitude (OLIVEIRA & CASSARO 2005). Está presente em todos os biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Campos Sulinos) e possui adaptação a diversos tipos de ambientes e climas (CÂMARA & MURTA 2003; MIRANDA 2003; OLIVEIRA & CASSARO 2005).

O puma é a segunda maior espécie de felídeo no Brasil, com comprimento total variando de 155,4 a 169,9 cm e peso de 22,0 a 70,0 kg. Quando adulto, possui pelagem uniforme em tons de bege que variam entre o areia, palha, cinza e vermelho, sem malhas. Já os filhotes possuem manchas pardas ou cinzentas sobre o fundo bege, que desaparecem até o primeiro ano de vida (INDRUSIAK & EIZIRIK 2003).

Possui hábitos solitários e terrestres, com atividade predominantemente noturna. Em geral, a dieta apresenta grande plasticidade, incluindo desde aves e répteis, até tatus, lebres, pacas e pequenos roedores (EMMONS 1990, OLIVEIRA 1994). Suas presas tendem a ser menores e mais variadas em áreas tropicais (IRIARTE et al. 1990). Quando não consome a carcaça toda de uma vez, cobre-a com folhas e terra, retornando repetidas vezes ao local para alimentar-se (IHERING 1911).

A caça e a alteração de seus habitats, com consequente redução de disponibilidade de presas, são as principais ameaças à sobrevivência do puma (INDRUSIAK & EIZIRIK 2003). A espécie está na lista de ameaçados do Rio Grande do Sul, na categoria “em perigo” (INDRUSIAK & EIZIRIK 2003); criticamente em perigo nos estados de Minas Gerais (MACHADO et al. 1998) e Espírito Santo (ESPÍRITO SANTO 2005), vulnerável no Paraná (MARGARIDO & BRAGA 2004), em São Paulo (SÃO PAULO 1998), Rio de Janeiro (BERGALO et al. 2000) e na lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (MACHADO et al. 2005).


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Referências:

BERGALO, H. G.; ROCHA, C. F. D.; ALVES, M. A. S.; VAN SLUYS, M. 2000. Afauna ameaçada de extinção do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: EdUERJ, 166 p. 

CÂMARA, T. & MURTA, R. 2003. Mamíferos da Serra do Cipó. Belo Horizonte: Editora PUC Minas/Museu de Ciências Naturais, 129 p. 

EMMONS, L. H. 1990. Neotropical rainforest mammals: a field guide. 2nd ed. The University of Chicago Press. Chicago & London. 

ESPÍRITO SANTO. 2005. Diário Oficial – Vitória, 16 de junho de 2005. 

IHERING H. 1911. Os mamíferos do Brazil meridional. I Contribuição: Carnivora. I Felidae; II Canidae; III Procyonidae; IV Canidae. Revista do Museu Paulista 8: 147-272. 

INDRUSIAK, C.; EIZIRIK, E. 2003. Carnívoros, In: Fontana, C.S.; Bencke, G. A.; Reis, R.E. Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003, p. 507 - 533. 

IRIARTE J.A., W.L. FRANKLIN, W.E. JOHNSON & K.H. REDFORD. 1990. Biogeographic variation of food habits and body size of the America puma. Oecologia 85: 185-190. 

MACHADO, A. B. M.; FONSECA, G. A. B.; MACHADO, R. B.; AGUIAR, L. M.; LINS, L. V. 1998. Livro vermelho das espécies ameaçadas de extinção da fauna de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 608 p. 

MACHADO, A. B. M.; MARTINS, C. S.; DRUMMOND, G. M. 2005. Lista da fauna brasileira ameaçada de extinção: incluindo as espécies quase ameaçadas e deficientes em dados. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 158 p. 

MARGARIDO, T. C. M. & BRAGA, F. G. 2004. Mamíferos. In: MIKICH, S. B.; BÉRNILS, R.S. (Eds.). Livro vermelho da fauna ameaçada no Estado do Paraná. Curitiba: Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Instituto Ambiental do Paraná, 763 p. 

MIRANDA, E. E. 2003. Natureza, conservação e cultura: ensaios sobre a relação do homem com a natureza no Brasil. São Paulo: Metalivros, 180 p. 

OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. 2005. Guia de campo dos felinos do Brasil. instituto Pró-carnívoros, Sociedade de Zoológicos do Brasil, Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 80 p. 

OLIVEIRA, T. G. DE. 1994. Neotropical cats: ecology and conservation. EDUFMA, São Luís, Brazil. 

SÃO PAULO. 1998. Fauna ameaçada no Estado de São Paulo. Secretaria do Meio Ambiente: Governo do Estado de São Paulo, 56 p.

Pegadas adaptadas com base em: 

Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p. 

Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração. 

Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p. 


Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2012.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

No mês de setembro a pegada é de uma capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)




A capivara é a maior espécie de roedor atualmente vivo (Emmons, 1990), pertence à família Caviidae, podendo medir 1,30 m de comprimento e 0,50 a 0,60 m de altura. Pode pesar até 100 kg, porém seu peso médio é de 50 kg para as fêmeas e 60 kg para os machos (Deutsch & Puglia, 1988). A capivara ocorre na América Central e América do Sul, do Panamá ao Nordeste da Argentina (Emmons, 1990).

O nome genérico Hydrochoerus significa porco d’água (Mendes, 1986). A designação vulgar “capivara” é de origem tupi-guarani: caapi, capim, e uaára, comer, o que significa comedor de capim (Carvalho, 1969; Mendes, 1986).


A espécie tem hábito semiaquático e se alimenta principalmente de gramíneas e de vegetação aquática. Habitam os mais variados tipos de ambientes, desde matas ciliares a savanas sazonalmente inundáveis, a até 500 metros de distância da água (Oliveira & Bonvicino, 2006). Podem estar ativos em todos horários, sendo mais comum a atividade durante o crepúsculo. Graças à espessa camada de gordura a capivara é capaz de permanecer muitas horas dentro da água, mesmo em dias muito frios.

De acordo com Alho et al. (1987) as capivaras são animais sociais, vivendo em grupos. Os grupos de capivaras são territoriais, e o tamanho do território está correlacionado com o tamanho do grupo (Herrera & MacDonald, 1989). Através de interações agressivas entre os machos de capivaras é estabelecida a estrutura social, formada por um macho dominante, várias fêmeas, jovens e subadultos (Alho & Rondon, 1987).


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Referências:

ALHO, C.J.R. et al. Ecologia de capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris, Rodentia) do Pantanal: I, hábitats, densidades e tamanho de grupo. Revista Brasileira de Biologia, v.47, 1987.

ALHO, C.J.R.; RONDON, N.L. Habitats, population densities, and social structure of Capybaras (Hydrochaeris hydrochaeris, Rodentia) in the Pantanal, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, v.4, 1987.

CARVALHO, C. T. Dicionário dos mamíferos do Brasil. São Paulo: Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 1969.

DEUTSCH, L. A; PUGLIA, L. R. Os animais silvestres: proteção, doenças e manejo. Rio de Janeiro: Globo, 1988.

EMMONS, L. H. Neotropical Rainforest Mammals - a field guide. Chicago: Chicago Press, 1990.

HERRERA, E.; MACDONALD, D. W. Resource utilization and territoriality in group-living capybaras (Hydrochoerus hydrochaeris). Journal of Animal Ecology, London, v. 58, 1989.

MENDES, B. V. Criação de animais nativos no semi-árido do nordeste brasileiro. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 11., 1986, Olinda. Anais... Olinda: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 1986.

OLIVEIRA J.A.; BONVICINO C.R. Ordem Rodentia. In: Reis, N. R.; Perachi, A. L.; Pedro, W. A.; Lima, I. P. (eds.). Mamíferos do Brasil. Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina. p. 351-411. 2006.


Pegadas adaptadas com base em: 



Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p. 

Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração. 

Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p. 


Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2012.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

No mês de agosto a pegada é de um mão-pelada (Procyon cancrivorus)

Raquel Rocha Santos (Jaguarão - RS, 2009)

Procyon cancrivorus (Cuvier, 1798), é um mamífero da Família Procyonidae de Ordem Carnívora, com ampla distribuição na América do Sul. Possui hábitos arborícolas e terrícolas, noturnos e crepusculares e é habitante de áreas arbustivas, preferencialmente próximas a cursos de água. É um bom nadador e tem vida solitária (Konecny, 1989; Silva, 1994; Emmons e Feer, 1997; Eisenberg e Redford, 1999; Indrusiak e Eizirik, 2003). Por utilizar áreas próximas a corpos d'água e apresentar pegada característica, é uma espécie de fácil constatação em campo, no entanto, de difícil avistamento (Reis et al. 2006).

Arquivo Simbiota (Jaguarão - RS, 2009)

Procyon cancrivorus é caracterizado por possuir uma máscara preta que se estende a partir dos olhos para a base da mandíbula. Sua cor é geralmente cinza escuro com manchas amarelas. Sua cauda é longa e peluda, com listras que formam anéis escuros, e sua cabeça é curta, as orelhas são semi-arredondadas e os olhos são redondos e pretos (Câmara & Murta, 2003; Reis et al., 2006). O nome popular "mão-pelada" refere-se às mãos desprovidas de pelos, que deixam pegadas semelhantes às mãos de uma criança (Silva, 1994).

Esta espécie é considerada um generalista e oportunista (Macdonald & Courtenay 1996, Gatti et al. 2006, Alexandrino et al. 2007), sendo classificada como onívora. Sua dieta inclui frutas, invertebrados e pequenos vertebrados (Nowak 1991, Emmons & Feer 1997, Gatti et al. 2006).

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Referências: 

ALEXANDRINO ER, MARTIN OS, BREJÃO G, PASCHOALETTO KM, FERRAZ MB, COUTO TZ (2007) Aves, mamíferos e peixes da bacia do rio Corumbataí, Estado de São Paulo: um diagnóstico em ambiente fragmentado. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil. Minas Gerais.


CÂMARA, T.; MURTA, R. Mamíferos da Serra do Cipó. Belo Horizonte: PUC, 2003.


EISENBERG, J. F. & REDFORD, K. H. 1999. Mammals of the neotropics, the central neotropics. Chicago, University of Chicago. v. 3, 609p.

EMMONS, L. & FEER, F. 1997. Neotropical rainforest mammals: a field guide. Chicago, University of Chicago. 307p. 

GATTI A, BIANCHI R, ROSA CRX, MENDES SL (2006) Diet of two sympatric carnivores, Cerdocyon thous and Procyon cancrivorus, in a restinga area of Espirito Santo State, Brazil. Journal of Tropical Ecolog y. 22: 227–230. 

INDRUSIAK, C. & EIZIRIK, E. 2003. Carnívoros. In: FONTANA, C. S.; BENCKE, G. A. & REIS, R. E. orgs. Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, EDIPUCRS, 632p. 

KONECNY, M. J. 1989. Movement patterns and food habits of four sympatric carnivore species in Belize, Central America. In: Redford, K. & Eisenberg, J. F. eds. Advances in neotropical mammalogy. Gainesville, The Sandhill Crane. 614p.

MACDONALD DW, COURTENAY O (1996) Enduring social relationships in a population of crab-eating zorros, Cerdocyon thous, in Amazonian Brazil (Carnivora, Canidae). Journal of Zoolog y 239: 329-355.

NOWAR RM (1991) Walker´s mammals of the world. Vol II. London: The Johns Hopkins University Press.


REIS, N. R.; PERACCHI, A. L.; PEDRO, W. A.; LIMA, I. P. Mamíferos do Brasil. Londrina: Imprensa da UEL, 2006.



SILVA, F. 1994. Mamíferos silvestres - Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 246p.

Pegadas adaptadas com base em: 

Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p. 



Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração. 

Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p. 


Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2012.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Conferência Internacional sobre Passagem de Peixes

O biólogo Dr. Fábio Vilella, sócio da empresa Simbiota, participou da Conferência Internacional de Engenharia e Ecohidrologia para passagens de Peixes, realizada nos dias 25, 26 e 27 de junho na Universidade do Oregon, na cidade de Corvallis, USA.


O encontro tratou de importantes temas da área, contando com a presença de especialistas de diversas parte do mundo.

No dia 25/06 o biólogo Fábio apresentou pôster de trabalho realizado pela empresa Simbiota em parceria com o Biólogo Dr. Fernando Becker (Professor do Centro de Ecologia/UFRGS) e o biólogo Canadense Christopher Bunt da empresa Biotactic, que mantém parceria técnico científica com a Simbiota.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

No mês de julho a pegada é de um quati (Nasua nasua)


Quati (Nasua nasua) - Parque da Ferradura, Canela, RS (Foto Acervo Cristiano Silveira)

Quatis (Nasua nasua) são animais da família Procyonidae. São mamíferos terrestres com grande facilidade para escalar árvores, além de apresentarem uma estrutura social complexa em que os machos são solitários fora da estação reprodutiva e as fêmeas vivem em bandos com seus filhotes e jovens durante a maior parte do ano (Barros & Frenedozo, 2010). 

Os quatis são diurnos, escansoriais e onívoros, e podem ser considerados dispersores de sementes. Sua dieta inclui principalmente artrópodes, grande variedade de frutos, bromélias e eventualmente pequenos vertebrados. Já foi constatado também o consumo de outros mamíferos, necrofagia e, em áreas de utilização antrópica, lixo (Emmons 1990; Redford & Stearman 1993; Gompper 1995; Gompper & Decker 1998; Beisiegel 2001; Alves-Costa et al. 2004).

O quati Nasua nasua é membro da família Procyonidae, da ordem Carnívora (Whiteside, 2009). O corpo dos adultos mede 40 a 65 centímetros (cm) de comprimento e a cauda 42 a 55 cm. O peso varia de 2,7 a 10 kg (Teixeira & Ambrosio, 2007). É uma espécie exclusiva da América do Sul, exceto no Chile. 

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Referências: 



ALVES-COSTA CP, GAB FONSECA & C CHRISTÓFARO (2004) Variation in the diet of the brown-nosed coati (Nasua nasua) in Southeastern Brazil. Journal of Mammalogy 85: 478-482.



BARROS, D., & FREDOZO, R. 2010 Nov 5. Uso do habitat, estrutura social e aspectos básicos da etologia de um grupo de quatis (Nasua nasua Linnaeus, 1766) (Carnivora: Procyonidae) em uma área de Mata Atlântica, São Paulo, Brasil

BEISIEGEL BM (2001) Notes on the coati, Nasua nasua (Carnivora: Procyonidae) in an Atlantic forest area. Brazilian Journal of Biology 61: 689-692.



EMMONS LH (1990) Neotropical rainforest mammals: A field guide. University of Chicago Press. Chicago, USA.



GOMPPER, M.E. (1995) Nasua narica. Mammalian Species 487:1-10.

GOMPPER, M.E. and Decker, D. (1998) Nasua nasua. Mammalian Species 580:1-9.

REDFORD KH & A M STEARMAN (1993) Notas sobre la biologia de tres procyonidos simpatricos bolivianos (Mammalia: Procyonidae). Ecología en Bolivia (Brazil) 21: 35-44

TEIXEIRA, R. H. F.; AMBRÓSIO, S. R. Carnívora – Procyonidae (Quati, Mão-pelada, Jupará). In: CUBAS, Z. S., SILVA, J. C. R, CATÃO-DIAS, J. L. (Eds.) Tratado de Animais Selvagens – Medicina Veterinária. Roca: São Paulo, 2007. p. 571-583.

WHITESIDE, D. P. Nutrition and Behavior of Coatis and Raccoons. The Veterinary Clinics of North America. Exotic Animal Practice, Filadélfia, v.12, p.187–195, 2009.





Pegadas adaptadas com base em: 

Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p.


Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração.



Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p.



Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2012.

terça-feira, 4 de junho de 2013

segunda-feira, 3 de junho de 2013

No mês de junho a pegada é de um zorrilho (Conepatus chinga)

Foto: Felipe Peters/arquivo Simbiota

Conepatus chinga é um carnívoro de pequeno porte que pertence a família Mephitidae, com comprimento total entre 50 e 60 cm e peso 1,5 a 2,5 (Cheida et al., 2000; Eisemberg & Redford 1999). Possuem o corpo atarracado e compacto, medindo cerca de 40 a 45 cm, com a cabeça arredondada e pernas curtas. Sua pelagem é negra, eventualmente marrom escura, com duas listras brancas que iniciam no topo da cabeça e estendem-se pela lateral superior do corpo. A extensão e largura destas listras é amplamente variável, podendo alcançar a base da cauda ou mesmo estar totalmente ausentes. A cauda possui pelos longos que lhe conferem um aspecto volumoso, podendo substituir pelos brancos (Cheida et al., 2006). Sua característica mais conhecida é a capacidade de atingir seus inimigos com um jato de fluido de odor fétido a distâncias consideráveis. São principalmente noturnos e durante o dia se abrigam em tocas escavadas por tatus ou por eles mesmos. Ocorrem no nordeste do Brasil, e habitam principalmente vegetações mais abertas, como campos, cerrado e caatinga, evitando florestas densas (Emmons & Feer 1997). São onívoros, alimentando-se principalmente de insetos, pequenos vertebrados e frutos.
No Rio Grande do Sul, Kasper et al. (2011), estimaram a densidade de zorrilhos em quatro áreas, variando entre 1,4 a 3,8 indivíduos por km2 .

Tem alguma foto legal de um zorrilho? Manda pra gente que publicamos no blog!

Referências:


CHEIDA, C.C., E. NAKANO-OLIVEIRA; R. FUSCO-COSTA; F. ROCHA-MENDES; J. QUADROS. 2006. Ordem Carnívora, p. 231-275. In: REIS, N., A.L. PERACCHI; W.A. PEDRO & I.P. LIMA (eds.). Mamíferos do Brasil.
EISEMBERG, J.F. & K.H. REDFORD. 1999. Mammals of the Neotropics: The Central Neotropics. V. III. Ecuador, Peru, Bolivia, Brazil. The University of Chicago Press. Chicago.
EMMONS, L.H. & F. FEER. 1997. Neotropical Rainforest Mammals. Chicago, University of Chicago Press.
KASPER, C. B.; BASTAZINI, V. A. G.; SOARES, J. B. G.; FREITAS, T. R. O., 2012. Abundância de Conepatus chinga (Carnivora, Mephitidae) e outros mamíferos de médio porte nos campo do sul do Brasil.



Pegadas adaptadas com base em:


Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p.

Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração.
Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p.
http://inorganico.blogspot.com.br/2012/04/guias-de-pegadas-de-mamiferos.html
Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2011.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Oficina de Avaliação de Peixes Continentais



A Oficina de Avaliação de Peixes Continentais de 2013 foi finalizada em abril de 2013 com a avaliação de 399 espécies. Até 2014, estão previstas outras oficinas como essa contando com a presença de especialistas em Peixes Continentais de todo Brasil na ACADEBio em Iperó, São Paulo.

sábado, 4 de maio de 2013

RPPN “Ronco do Bugio” está elaborando seu plano de manejo



Ouça o verdadeiro ronco do bugio:



A RPPN “Ronco do Bugio” é a primeira e única Unidade de Conservação localizada no município Venâncio Aires, RS. De propriedade da família Hansel, a área foi homologada em 2009 e possui 23 hectares de Floresta Estacional Decidual.

O diagnóstico sócio ambiental realizado pela Educadora Ambiental Catia Hansel, o Biólogo Adilson Schneider (Neotech Assessoria e Consultoria Ambiental) e o Engenheiro Florestal Guilherme Reisdorfer foi apresentado nesta quinta-feira, dia 2 de maio, no auditório do Parque do Chimarrão. Compareceram representantes dos órgãos públicos locais e demais interessados.

Nos dias 3 e 4 de maio, reuniram-se para discutir o Plano de Manejo os executores do diagnóstico, além da bióloga Mariana Faria-Corrêa (Simbiota Consultoria Ambiental), a Educadora Ambiental Ângela Schmidt e o Biólogo Ronaldo Rodrigues (Brasil Ecoconstrução).

Até o momento foram registradas 76 espécies vegetais, das quais sete encontram-se na lista de espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado (grápia e seis espécies de bromélias).

Quanto à fauna de vertebrados, foram registradas 156 espécies, das quais sete foram peixes, 17 anfíbios anuros, quatro répteis, 112 aves e 16 mamíferos, quatro em alguma categoria de ameaça (paca, gato-do-mato-maracajá, bugio-ruivo, lontra).

Assista esse incrível espetáculo reprodutivo das pererecas-leiteiras (Trachycephalus mesophaeus) na RPPN:



Perereca-leiteira (Trachycephalus mesophaeus) - Foto Adilson Schneider

    
Pererecas-leiteiras (Trachycephalus mesophaeus) - Foto Adilson Schneider


Veja o que as armadilhas fotográficas registraram na RPPN Ronco do Bugio (Fotos: Adilson Schneider)

Graxaim-do-mato (Cerdocyon thous)

Paca (Cuniculus paca)

Mão-pelada (Procyon cancrivorus)

Gato-maracajá (Leopardus wiedii)

Tatu-galinha (Dasypus novencinctus)

quarta-feira, 1 de maio de 2013

No mês de maio a pegada é de um gambá (Didelphis sp.)


Foto: Arquivo Simbiota
Os gambás são marsupiais do gênero Didelphis, pertencente à família Didelphidae e distribuiem-se por todo Brasil. Possui porte médio, com comprimento da cabeça e do corpo entre 305 e 890 mm, comprimento da cauda entre 290 e 430 mm e massa corporal entre 500 e 2750g. A gestação de uma fêmea do gênero Didelphis varia entre 12 e 14 dias, podendo ter um número de até 14 filhotes gerados que são carregados em sua bolsa e, após, em suas costas. Após aproximadamente 60 dias os filhotes iniciam o desmame, que se completa entre 70 e 100 dias (Reis et al., 2006).

Foto: Mariana Faria Corrêa, 2008 (filhote resgatado da mãe morta).

Os gambás-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) possuem hábito solitário e noturno (Cabrera e Yepes, 1960) sendo generalistas de habitats e ocupando principalmente o solo (Leite et al., 1996; Aprigliano et al., 2001; Aléssio et al., 2005; Delciellos et al., 2006). O gambá-de-orelha-preta, Didelphis aurita WiedNeuwied, 1826, é uma das espécies de marsupiais mais comuns na Região Neotropical (Cáceres e Monteiro-Filho, 2000). Com ampla distribuição, essa espécie ocorre do nordeste do Brasil até o Paraguai e norte da Argentina (Gardner, 1993).

São encontrados também na zona urbana sendo vítimas frequentes de agressões e atropelamentos e sofrem muito preconceito por serem considerados animais fedorentos e não carismáticos.


Foto: Mariana Faria-Corrêa, 2009 (Gambá ferido a pauladas na zona urbana)



Tem alguma foto legal de um gambá? Manda pra gente que publicamos no blog!




Referências:


ALÉSSIO FN, ARM PONTES e VL SILVA. 2005. Feeding by Didelphis albiventris on tree gum in the northeastern Atlantic forest of Brazil. Mastozoología Neotropical 12:37-56.

APRIGLIANO P, SR FREITAS, CS SOUZA e R CERQUEIRA. 2001. Preferência de micro-habitat por pequenos mamíferos utilizando modelos nãolineares. Em: V Congresso de Ecologia do Brasil, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
CABRERA, A.; YEPES, J. Mamíferos Sud Americanos. Buenos Aires: Editora Ediar, 1960.
CÁCERES, N. C.; MONTEIRO-FILHO, E. L. A. 2000. The common opossum, Didelphis aurita, as a seed disperser of several plants in southern Brazil. Ciência e Cultura, 52: 41-44 
DELCIELLOS AC, D. LORETO e VZ ANTUNES. 2006. Marsupiais na mata atlântica. Ciência Hoje 38:66-69. GARDNER, A. L. 1993. Order Didelphimorphia. In: WILSON, D. E. & REEDER, D. A. eds. Mammal species of the world a taxonomic and geographic reference. 2ed. Washington, Smithsonian Institution.
LEITE YL, LP COSTA e JR STALLING. 1996. Diet and vertical space use of three sympatric opossums in a Brazilian Atlantic forest reserve. Journal of Tropical Ecology 12:435-440. 
OLIVEIRA et al, 2010. Estudo populacional de gambás, Didelphis albiventris (MAMMALIA, DIDELPHIDAE), em um pequeno fragmento florestal. Mastozoología Neotropical, p.161-165, Mendoza, 2010.
REIS N. R., PERACCHI A. L. e WAGNER A. P., LIMA I. P. 2006. Mamíferos do Brasil. p. 34-35, Londrina.

Pegadas adaptadas com base em:


Becker, M. & Dalponte, J.C. 2013. Rastros de mamíferos silvestres brasileiros: um guia de campo. 3ª ed. Technical Books: Rio de Janeiro, 166p.

Instituto Ambiental do Paraná, 2008. 70p.: 112 ilust. Manual de Rastros da Fauna Paranaense./Rodrigo F. Moro-Rios, José E. Silva-Pereira, Patrícia W. e Silva, Mauro de Moura-Britto e Dennis Nogarolli Marques Patrocínio, elaboração.
Manual de identificação, prevenção e controle de predação por carnívoros / Maria Renata Pereira Leite Pitman. [et al.]. Brasília: Edições IBAMA, 2002. 83 p.
http://inorganico.blogspot.com.br/2012/04/guias-de-pegadas-de-mamiferos.html
Identificando mamíferos da Floresta de transição Amazônia-Cerrado: Série Boas Práticas v.7. Responsável técnico: Oswaldo Carvalho Jr. 2012.

domingo, 28 de abril de 2013

Avaliação do Estado de Conservação de Actinopterygii Continentais

Após a participação da Simbiota nos workshop para reavaliação do Estado de Conservação da Fauna Ameaçada do Rio Grande do Sul, promovido pela FZBRS e na Oficina de Avaliação do Estado de Conservação dos Xenarthra brasileiros, promovida pelo ICMBio, chegou a hora da participação na oficina de peixes.

Durante toda a semana Dr. Fábio Vilella estará reunido com diversos especialistas na IV Oficina de Avaliação do Estado de Conservação de Actinopterygii Continentais.

A oficina ocorrerá de de 29 de abril a 3 de maio na ACADEBio, instalada dentro da Floresta Nacional de Ipanema (FLONA Ipanema), Iperó, São Paulo.

Os Actinopterygii (do grego aktis, raio + pteryx, nadadeira; asa) são os peixes com nadadeiras suportadas por "raios" ou lepidotríquias, esqueleto interno tipicamente calcificado e aberturas branquiais protegidas por um opérculo ósseo.


Foto Mariana Faria-Corrêa

Dia da anta

Até as crianças resolveram participar. Desenho da Maira, 7 anos, em homenagem ao dia da Anta!


sábado, 27 de abril de 2013

27 de abril, dia Mundial da Anta

Hoje, dia 27 de abril é o dia mundial da anta, esse incrível mamífero.
Para homenageá-la, criamos alguns desenhos (by Mariana Faria Corrêa).
Feliz dia da Anta!








terça-feira, 16 de abril de 2013

Tamanduá-mirim no Zoo de Itatiba

Hermann Vherner, biólogo, especialista em Manejo e Conservação da Fauna Silvestre, fotografou esse macho de tamanduá-mirim em 2011, no Zoo de Itatiba, e agora nos manda as fotos para contribuir com o animal tema do mês. Obrigado!





** Se você também tem fotos de tamanduá-mirim, encaminhe para simbiota@simbiota.com.br que durante o mês de abril publicaremos no blog **

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Caso de raiva humana no Piauí: alerta para o risco da criação de animais silvestres em cativeiro




Teresina (02/04/2013) - A Secretaria Municipal de Saúde de Parnaíba, região do litoral piauiense, registrou um óbito humano pelo vírus da raiva no mês passado. A vítima foi um homem de 32 anos de idade, mordido no dedo da mão por um sagui (Callithrix sp). Atendendo a solicitação da Secretaria de Saúde, veterinários do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama no Piauí estiveram no local para orientar a população sobre os riscos de transmissão das zoonoses, quando da captura e criação ilegal de espécimes silvestres.

Segundo relato dos técnicos da saúde, a vítima tinha o hábito de capturar esses animais para amansá-los e, posteriormente, vendê-los como de estimação para as pessoas da cidade. O paciente procurou o atendimento antirrábico somente cerca de 20 dias após a mordedura, já com sinais de dor e parestesia no braço direito, agravando-se, dias depois, para um quadro neurológico irreversível.
O fato serve de alerta para todas as pessoas, pois o vírus rábico é circulante nas populações de mamíferos silvestres livres, especialmente, nas de morcegos, canídeos e primatas. Além dos riscos à saúde, é crime, segundo a legislação brasileira, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.

Ascom Ibama/PI
Foto: Guilherme Destro - Ibama
Fonte: IBAMA