Há quinze dias, moradores da comunidade do Cumbe, no Ceará, ocupam a única estrada de acesso a um parque eólico que está sendo construído no local pela Bons Ventos Eólica. Nesta segunda-feira (21/09), o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual do Ceará também entraram em cena e ajuizaram ação civil pública pedindo a anulação das obras da usina.
A ação é contra a empresa responsável pelo empreendimento, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pede, além do fim da construção, a retirada do maquinário do local.
Os MPs ainda querem que o órgão ambiental e o empreendedor reparem e indenizem os danos causados pela obra ao ambiente e ao patrimônio arqueológico da região.
Nesta terça-feira (22/09), representantes dos MPs, do Ibama, da companhia de água e esgoto local, do Iphan, da comunidade, do governo do Estado e municipal e da Bons Ventos estiveram reunidos para negociar a liberação da estrada e a continuidade das obras do parque. Os moradores afirmam que a passagem de caminhões com os equipamentos para a usina está destruindo a estrada, além de danificar casas e causar problemas com lama e poeira.
A empresa e o governo se comprometeram a reconstruir trechos da estrada – mas somente em 2010, após o a finalização do parque eólico. João Dias, um dos negociantes que representa os moradores, revelou ao Jornal da Energia que a decisão final foi por manter a paralisação. “A comunidade ficou muito dividida, mas a maioria votou por continuar até que comecem, de fato, a reconstrução da estrada. Até que vejamos chegando o material e eles trabalhando”, concluiu.
O empreendimento da Bons Ventos Eólica soma R$700 milhões em investimentos para a instalação de 67 aerogeradores que, juntos, teriam a capacidade instalada de 138,5MW.
Fonte: Jornal da Energia