Porto Alegre (03/12/2014) – O presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, assinou na segunda-feira (01) a licença de operação do Parque Eólico Minuano, localizado nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí, no Rio Grande do Sul.
A unidade conta com 23 aerogeradores, compostos por torres de 78 m de altura e rotor com 97 m de diâmetro, com capacidade de geração de 46 megawatts (MW). Trata-se do parque eólico mais meridional do Brasil, contando com aerogerador localizado a apenas 650 m do extremo sul do país, junto ao Uruguai.
O parque integra o Complexo Eólico Campos Neutrais, da Eletrosul, considerado o maior da América Latina, composto por diversos parques licenciados pelo órgão estadual de meio ambiente (FEPAM), com potência total instalada de 583 MW, suficiente para atender ao consumo de 3,3 milhões de habitantes.
Previamente à implantação do empreendimento, foi executado amplo diagnóstico ambiental, o qual embasou os programas de controle e monitoramento executados durante sua instalação. Por estar inserido em área que conta com espécies ameaçadas de anfíbios e peixes anuais, ações específicas de proteção para estes grupos foram adotadas, incluindo marcação e translocação de indivíduos e alteração da disposição de aerogeradores e acessos internos. Foi preservada a dinâmica hídrica da área, essencial para a manutenção do ecossistema local, sendo que toda a rede de energia interna ao parque, que o liga à subestação, é subterrânea, com cerca de 20 km de extensão.
O transporte do material destinado à construção dos acessos e das grandes estruturas que compõem as torres também não foi esquecido, inclusive, pelo fato de que o único acesso à área atravessa a Estação Ecológica do Taim. Em acordo com aquela unidade de conservação, foram doadas pelo empreendedor câmeras fotográficas, que possibilitarão a avaliação da efetividade das passagens de fauna já existentes sob a BR-471/RS, para avaliação dos atropelamentos no trecho antes e durante a instalação do parque.
Durante a operação do parque eólico, os programas ambientais propiciarão o monitoramento dos impactos às aves e aos morcegos, que incluirá o uso de cães farejadores especialmente treinados para localizar carcaças de animais que venham a colidir com as estruturas.
O licenciamento foi conduzido pelo Núcleo de Licenciamento Ambiental do Ibama no Rio Grande do Sul, referência para a tipologia, orientado pela Coordenação de Energia Elétrica Nuclear e Dutos, da Diretoria de Licenciamento Ambiental.
Texto: Ibama/RS